Um caso de abuso sexual envolvendo um líder religioso voltou a ganhar destaque após a decisão da Justiça. A denúncia foi feita por um homem que, na adolescência, atuava como coroinha em uma paróquia local. Segundo o relato, os episódios ocorreram ao longo de vários anos e envolveram situações em que ele acompanhava o sacerdote em atividades da igreja, inclusive em comunidades rurais do interior paulista.
O caso, mantido em silêncio por quase uma década, veio à tona somente em 2023, quando a vítima decidiu procurar as autoridades. De acordo com os autos do processo, os abusos começaram quando a vítima tinha 13 anos e se estenderam até os 18.
Relatos e contexto da acusação
O jovem, que auxiliava nas missas e nas viagens do padre, descreveu toques íntimos e investidas inesperadas durante os deslocamentos. A sensação de respeito e temor diante da figura religiosa teria contribuído para que ele permanecesse em silêncio por anos. A investigação confirmou indícios consistentes, resultando no julgamento do caso pela 1ª Vara da Comarca da cidade.
No decorrer do processo, o acusado foi identificado como Antônio de Souza Carvalho, de 67 anos, conhecido na comunidade como Toninho. Ele atuava na Paróquia Sagrada Família desde 2001 e, após análise das provas e depoimentos, foi condenado a 26 anos e oito meses de prisão. A sentença foi proferida na última sexta-feira (22), representando um marco para a vítima, que aguardava justiça desde os primeiros episódios ocorridos entre 2009 e 2014.
Posicionamento da igreja e defesa do acusado
A Diocese de Lins informou, em nota, que o religioso foi afastado de todas as funções assim que a denúncia chegou ao conhecimento da instituição. O caso também foi comunicado ao Dicastério para a Doutrina da Fé, no Vaticano, que determinou a abertura de um processo administrativo canônico, ainda em andamento. Antes de Penápolis, o padre havia atuado em Reginópolis e, mais recentemente, fora transferido para a região de Luziânia.
Durante as investigações, o acusado negou todas as acusações, alegando que os gestos descritos pela vítima seriam apenas demonstrações de afeto. A defesa não respondeu aos pedidos de posicionamento. A Diocese reiterou que segue colaborando com as autoridades civis e eclesiásticas para que todas as medidas cabíveis sejam tomadas.
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